Se a minha vida fosse a sua eu saberia o que fazer

Parece estranho, no entanto, é sempre mais fácil olhar a grama do vizinho e defini-la.

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Se a minha vida fosse a sua eu saberia o que fazer

O que passa na mente de um ser humano quando comenta da vida alheia é um convite para análise, sabendo-se que por ora até interferem nos resultados que deveriam ser dos outros e não seus. Já quando a questão é com a própria vida, tudo parece ser mais difícil.

Parece irônico alguém que desde sempre é responsável por sua mente, tem um corpo unicamente onde sente as dores, os receios e todo o pulsar de vida, não conseguir dizer exatamente o que se passa em alguns momentos, e lamentavelmente, tem indivíduos que vivem anos tentando acertar sem sucesso.

Mas será que as pessoas que estão nessa situação já pararam para pensar que a cada detalhe da vida pessoal delas, existem muitas coisas atreladas e que isso torna as situações mais complexas de decisão?

E por que é tão difícil a compreensão de si?

Um exemplo é quando se relata sobre a grama do vizinho, e nem sempre se conhece intimamente o motivo de estar alta demais, seca ou absurdamente verde. Além disso, têm as práticas do vizinho com a grama, a origem do solo, têm hábitos da família que contribui para preservar ou não a grama, existe até uma memória por trás daquela que parece ser somente grama e mais nada.

Quando a grama é nossa, todos esses possíveis motivos acima, parecem surgir de uma única vez, e têm horas que não sabemos lidar. Será que nunca lhe ocorreu a dúvida de se permitir ter a grama sem vida, mas ver o filho andar de bicicleta neste local? Ou ter a grama sempre verde para atender a um pedido do bisavô que ali morou?

A verdade é que nunca conheceremos de fato o profundo íntimo das pessoas, e o que carregam dentro de si. Então, o que vemos e sentimos facilidade em desvendar não é a causa do outro, mas uma foto do cenário que costuma não dizer toda realidade.

Enquanto as nossas causas, nós as sentimos, sofremos por elas, tentamos solucioná-las, estamos inseridos nelas e nem sempre temos êxito. Portanto, o vizinho assim como nós tem suas particularidades e merece respeito.

Mas é só uma opinião! Será mesmo?

Às vezes esse famoso “pitaco” não parece danoso, mas do contrário pode ser bastante desafiador para quem recebe. Realmente é desconfortável para alguns ouvir os seguintes comentários:

  • Faça uma dieta! Assim emagrecerá rápido
  • Vá ao médico certo, assim esse mal-estar todo passará de uma vez
  • Tenho certeza que se andar mais composta arrumará um homem bom
  • Qual sua profissão mesmo? Será que não está na área errada?

Não é adequado achar que as pessoas incomodadas com esse tipo de abordagem é gente fraca que não sabe receber conselhos, até porque conselhos precisam ser aceitos por vontade de cada um.

Envolver-se na vida dos outros será sempre uma prática delicada e merece atenção, porque apesar das “boas intenções”, assim imaginadas, devem ser gerenciada com discernimento, empatia e amor ao próximo. Saiba o que fala e para quem fala!

E não podemos esquecer! O vizinho, a pessoa figurativa do texto, não é somente a que mora do lado, a frente da nossa casa, ele simplesmente pode ser um filho, o marido, a esposa, o colega de trabalho, e merece igual comprometimento nosso na hora de falar o que pensamos.

É importante pensar em mudança de hábitos, como não se posicionar com solução prontas para tudo e polpar os outros de decisões precipitadas que envolvam a vida deles. Assim, evitará bloquear o convívio, tirar a autonomia do indivíduo e fragilizar as relações. O fato é que todos precisam se expressar.

Francamente, de tanto absorver as possibilidades dos outros, tendemos ficar ainda mais confusos quanto a nossa vida. Desta maneira, nos faltará sempre tempo para uma reflexão do que devemos fazer, de como devemos agir e qual o próximo passo que vamos dar nas nossas vidas.

Algumas dicas para melhor conhecer e sentir a grama do vizinho que é na realidade a vida alheia pode ser:

  • Pedir licença
  • Ouvir mais que falar
  • Só ir até os limites permitidos
  • Observar mais o comportamento e ambiente
  • Evitar usar suposições
  • Nada de utilizar valor preconcebido

E assim você pode sair dessa experiência aprendendo a cuidar melhor da sua vida e relação com o próximo. O outro não é seu espelho, mas pode ser um bom exemplo.

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